Os contratos futuros dos grãos fecharam no vermelho ontem (22-01) no mercado norte-americano. Na Bolsa de Chicago, a soja teve desvalorização de 1,94%, o milho, de 1,86%, e o trigo, de 2,96%. A queda foi reflexo da crise que acometeu os mercados financeiros mundiais neste início de semana.

Segundo Daniele Siqueira, analista da Agência Rural, o mercado de commodities agrícolas deverá ter dias mais voláteis, mas não a ponto de comprometer o ciclo de valorização. "Foi um dia pontual. Não é o fim do ciclo de altas", diz ela.

A crise no mercado financeiro e na economia norte-americana não deve atingir o agronegócio brasileiro. Essa é a opinião de Elizabeth Chagas, diretora da EC Consultoria e Assessoria em Comércio Internacional. Para ela, com exceção do dinheiro que está em fundos especulativos, não haverá perdas. "Nós [Brasil] vamos passar quase do lado da crise". A afirmação de Elizabeth Chagas está baseada no fato de o Brasil estar colhendo uma boa safra de grãos num momento em que aumenta o consumo mundial de alimento. "É a primeira vez que o Brasil está numa posição confortável para encarar uma crise mundial". Chagas também considera o fato de os estoques mundiais de grãos estarem baixos. "Não ultrapassam 30 dias. Já tivemos estoques de 90 dias." Ela acrescenta que será preciso mais duas safras para recompor os estoques de grãos.

Autoria: Plantio na Palha