Caros amigos (as),
As altas dos preços das commodities agrícolas e a conseqüente elevação do custo da comida é tema de todos os veículos de comunicação no mundo, uma vez que este quadro carrega a ameaça de mais pessoas com fome no planeta.
Pela primeira vez, em plena colheita de nossa safra agrícola, os grãos estão em alta. Soja, milho, arroz e feijão estão com seus preços em patamares nunca vistos, e a arroba do boi continua subindo, quando ainda dispomos de pastos e chuvas.
De outro lado, os países pobres que sempre viveram da ajuda de órgãos internacionais sofrem o impacto dos aumentos das commodities agrícolas, uma vez que inviabilizam os países ricos a manterem o auxílio com os mesmos volumes de comida, anterior a alta dos últimos doze meses.
Segundo a APAS – Associação Paulista de Supermercados, no Brasil, o feijão acumula aumento de 168,44% de alta, óleo de soja 56,18%, farinha de trigo 17,60%, macarrão 17,56%, pão francês 15,49%, arroz 7,66%. Estas são as altas taxas que nós brasileiros estamos enfrentando nos alimentos, porém o mundo faminto, com seus estoques beirando o caos de tão baixos, enfrentam valores bem mais altos que os nossos preços, e já começam a clamar por soluções.
Este movimento da elevação dos preços das commodities é provocado pelo alto custo do petróleo, e pela grande demanda dos países asiáticos, especialmente a China e a Índia; estes países trouxeram para o mercado novas bocas que saíram da qualidade de miseráveis e hoje possuem condições de se alimentarem melhor.
Esses novos consumidores de alimentos estão ávidos por novas experiências alimentares e por dietas mais completas em termos de proteínas e vitaminas, combustível energético que antes não fazia absolutamente parte de suas dietas.
Para alegria do Brasil, tanto o mundo pobre quanto o rico passaram a comer mais carne, porém isto demanda mais grãos para a engorda dos animais. É importante salientarmos que para cada quilo de carne de frango são necessárias 330 gramas de milho/soja, e para o boi a situação é ainda mais forte, pois em cada quilo de carne bovina temos embutido 700 gramas de milho/soja.
Aliada a essa demanda maior de grãos para a produção de carnes há também a questão dos biocombustíveis, que nos Estados Unidos e na Europa são derivados de milho, soja e outros grãos.
Diante deste cenário, o mundo civilizado e rico procura alternativas de combustíveis mais limpos, que agridam menos a mãe natureza e lutem contra o petróleo ultrapassando US$120,00/galão, usando para esse fim a comida escassa do mundo pobre e faminto.
Obrigada e até a próxima,
Elizabeth Chagas |