Caros amigos (as),
Outubro e com ele vem o prazer da primavera, as chuvas para podermos plantar os sonhos de uma colheita forte, mas o medo da logística precária do país tira o sono de todos os envolvidos no agronegócio.
Os portos já estão todos com filas de navios esperando sua vez para descarregarem suas cargas de fertilizantes e com essa demora encarecemos diariamente os custos dos produtos agrícolas em até US$ 10,00/ton.
Navios parados, custo alto de sobrestadia ou “ demurrage” ( Inglês: que é o valor do frete que será pago por cada dia de espera), hoje esse valor gira em torno de US$ 40.000,00 por dia.
Os Portos de Santos e de Paranaguá se amontoam de navios, mas a esse problema devemos também acrescentar os altos custos dos fretes domésticos, principalmente o rodoviário, já que esse é o grande modal de transporte brasileiro.
Os trens a despeito de serem rápidos, eficientes, carregam composições de até 60 vagões, cada um de 100 toneladas, ou seja, um total de 6.000 tons por composição de trem em uma única vez, contra as 28 toneladas de cada caminhão.
Se usássemos como exemplo o transporte fluvial, essa conta seria ainda mais absurda, já que um comboio é formado por até 06 balsas, cada uma com capacidade de 1.700 tons. perfazendo uma carga de 6.600 tons, mas esse tipo de transporte ainda é muito pouco difundido, já que nossos investimentos nessa área foram baixíssimos.
Damos abaixo um gráfico que ilustra bem nosso crescimento de colheitas e o sucateamento de nosso transporte ferroviário..
A entrega de fertilizantes continua bem abaixo dos anos anteriores, mas eu não creio que necessariamente colheremos uma safra menor que a 2008/2009, 134.490.000 de grãos.
Produção com alta tecnologia e grandes índices de produtividade é o que a agricultura brasileira tem mostrado ao mundo, mas logística para escoar a safra é lição de casa do Governo e ele vem há anos negligenciando em seu trabalho.
Ano após ano, falamos desses mesmos temas antes do plantio de nossas super safras agrícolas e eu contínuo sonhando com o dia que só iremos nos preocupar com a colheita das lavouras.
Obrigada e até a próxima,
Elizabeth Chagas |