27/01/2010
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Fertilizantes: setor ganha com logística proporcionada pela Vale

São Paulo, 27 - O aumento da participação da Vale no segmento de matéria-prima para produção de fertilizantes é considerado por especialistas do setor um grande avanço na cadeira produtiva. "Com a assinatura de um contrato, o setor avançou dez anos", afirma a consultora Elizabeth Chagas, da EC Consultoria. Segundo ela, a companhia agrega dois fatores de peso ao setor: boa infraestrutura logística e grande capacidade de investimento.

"O setor precisa de grandes investimentos. Não pode depender da importação de 65% da matéria-prima.

A Vale poderá fazer joint ventures no exterior e ainda ampliar os investimentos internos", afirma Elizabeth. Ela reconhece que a expansão dos investimentos depende da participação do governo, especialmente, na garantia do fornecimento de gás a preços competitivos, mas considera que a Vale tem um peso maior para negociar do que outras indústrias, como a própria Bunge, Fosfertil e Ultrafertil.

Uma fonte ligada à indústria destaca que a Vale é forte em logística. "Haverá uma grande sinergia com a área logística, porque a companhia poderá utilizar seus próprios ramais ferroviários, para transportar a matéria-prima, inclusive com frete de retorno", diz. A Vale administra hoje a Estrada de Ferro Carajás (EFC), a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e a Ferrovia Centro-Atlântica, com 10 mil km de malha ferroviária. Além de cinco terminais portuários, em Vitória, Sergipe e Maranhão, e um terminal rodoferroviários, de acordo com informações do site da companhia.

A consultora Elizabeth acrescenta que a participação da empresa poderá até mudar o ritmo das conversas sobre o marco regulatório, que irá determinar regras para concessão e exploração de jazidas no Brasil, incluindo minerais utilizados na produção de matéria-prima para fertilizantes. Ela avalia que esta expansão trará mais competitividade para o setor, uma vez que a Bunge hoje domina 33% deste mercado, atuando tanto em mineração como na venda do produto final.

Outro fator positivo, segundo ela, é que a aquisição deixou espaço para que as duas empresas mantenham o foco em sua principal atividade. A Bunge não deixará de atuar no segmento, mas concentrará a atividade na mistura do produto final, distribuição e mercado.

"Isso é muito bom, porque ela conhece o consumidor na ponta final e está melhor preparada para atuar com o produtor", afirma. Em contrapartida, a Vale reforça sua participação em mineração. A empresa já comercializa potássio, explorado na mina de Sergipe, e agora atuará nos segmentos de fosfatados e nitrogenados.

O anúncio de hoje reforça o sentimento do mercado de que a Vale caminha para atuar como grande player neste segmento. No ano passado, a companhia adquiriu 100% dos projetos da Rio Tinto na Argentina e no Canadá. A Vale informou ter celebrado, por meio de sua subsidiária Mineração Naque, contratos de opção de compra e venda de ações de emissão da Fertifos Administração e Participações S.A. (Fertifos). Segundo a fonte ligada à indústria, a entrada da Vale acaba com a briga entre a Bunge e os sócios minoritários Mosaic e Yara.

Consultadas sobre a aquisição da Vale, a Mosaic informou que não comentará o assunto neste momento e a Yara não respondeu ao pedido de entrevista. (Fabíola Gomes).  

 
 
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EC Assessoria Background...
  After working for 30 years in the agribusiness and logistics areas, executive Elizabeth Chagas, attentive to the development and potential of the Brazilian agribusiness, noted that, to that time, small and medium-sized rural producers did not have at their disposal consulting... [more]  
   
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